um e dois
Nova York 03 de setembro de 2007.
Desacelerando.
Brooklyn.
14 Verona Street apartamento 301.
21 horas.
Calor. Calor da porra, diria Xico Sá.
Não sei quantos fahrenheit.
Eu achei que não ia entrar.
Já no Brasil no check-in
O fulano começou a criar caso:
- Vai a turismo, ou negócios?
- Turismo.
- Você sabe que esse teu visto aqui te permite trabalhar nos Estados Unidos, não sabe?
- Sei.
- Então você vai a trabalho?
- Não.
- Mas sabe que se quiser trabalhar, pode.
- Sei.
- Então? É turismo ou negocio?
- Turismo.
Nove horas voando ao lado de um sujeito que era um sósia de alguém que eu não sei quem era.
04 de setembro.
Durmo pouco. Sempre.Não gosto de dormir, gosto de acordar.Ontem andei o dia todo. Levei três horas para conseguir voltar para casa.Três horas entre metrô, trem e ruas erradas. Vou procurar recapitular o dia.
Cheguei cedo ao aeroporto, creio que umas sete horas no horário local. Tinha medo de não passar na imigração. Por causa da minha cara, dos remédios embora trouxesse receita e principalmente do medo de não entrar. A equipe de produção, Mestre Rodriguez, me mandou um táxi com um motorista brasileiro. João. Ele foi muito prestativo e simpático e me deixou aqui no “meu” apartamento no Brooklyn onde eu deveria pegar a chave com a proprietária, Iliya, que estaria me esperando. Iliya é homem, acabei constatando. Um russo extremamente simpático e bom de conversa. Nos entendemos muito bem apesar do meu inglês ridículo. Eu consigo entender bastante coisa, mas não o tempo todo. Sou um monoglota e o esforço de compreender as vezes me esgota. Por isso, não me esforço muito. Mas obviamente o inglês de Iliya não é sua língua nativa e nesses casos é sempre mais fácil a comunicação. Iliya é separado, tem duas filhas e está indo passar o mês em sua terra natal. Eu contei a ele que acabei de completar dezesseis anos de namoro com a minha esposa e que ainda somos muito apaixonados. Disse que tenho um filho que completa doze anos este mês. Disse que meu filho é muito divertido e que adoro conversar com ele. Ele me apresentou a lavanderia, clássica, há uma por andar, e o depósito de lixo. O prédio tem apenas três andares, mas é muito grande. É uma antiga fábrica que há dez anos foi transformada em prédio residencial. Ele me perguntou se eu conheço Tarkovsky’s e eu disse que sim, que há menos de duas semanas eu revi Solaris. Ele me ensinou a ligar um aparelho que projeta DVDs na parede e me mostrou “Andrei Rublev”. Perguntei se ele quer que eu ágüe as plantas. Ele disse que sim. Falou o nome de algumas delas, nada como Mickey ou Shirley, nomes científicos, talvez. Azimov, Petrokov, piada. Demonstrou especial afeto por um caroço de abacate que ele enterrou num vaso e está brotando uma planta. Não disse a ele que toda a planta que eu ponho a mão, morre. O loft que ele alugou é incrível, amplo, silencioso e muito iluminado por suas sete janelas. Há um parque a frente do prédio e uma vista de Manhatam nas janelas laterais. Ele fuma e por isso disse que posso fumar a vontade me levou ao grande telhado que tem acesso pelas janelas. Será minha área de descanso e meu fumódromo. Ele disse que se eu quiser posso até dar uma festa aqui no telhado. Disse a ele que não sou de festejar muito e expliquei a natureza de minha estada. Descarreguei minhas coisas, nunca consigo desfazer completamente a mala, falei com Mestre Rodriguez por telefone, ele está em Nova York e combinamos de nos encontrar em meia hora. Para quem me conhece, sabe que isso é quase uma piada, sou extremamente desorientado, não tenho senso de direção e nunca estive aqui antes. Mas, acabei chegando lá, talvez não em meia hora, mas quase isso. É claro que eu não tive o cuidado de olhar em que estação eu peguei o trem para Manhatam e por isso levei tanto tempo para voltar para casa. Eu comprei um desses guias de viagens aí no Brasil, mas o guia só traz o mapa de Manhatam e por isso não me ajuda muito aqui no Brooklyn. Rodriguez está na rua 14 entre a 7ª e a 8ª avenidas com sua esposa Maria. A vista da cobertura em que estão instalados da um panorama incrível da cidade.Compramos celulares pré-pagos pois fica muito mais barato para ligar para o Brasil e fomos passear pela cidade. Ele queria me levar na “forbiddenplanet” uma loja especializada em HQs. Depois almoçamos no “P’Js” fomos à loja da Apple e por fim caminhamos no Central Park. Desde que me foi feito o convite para esta incrível experiência, me preocupava o fato de Nova York ser uma cidade que temos tanta informação a respeito é como se a conhecemos demais mesmo sem nunca termos estado aqui. Me alertaram para o impacto da “hiperrealidae”de Nova York. Talvez eu tenha vindo preparado demais para esse impacto. Para mim, a primeira vista, tudo pareceu menor. Muito bonita, elegante, mas foi como se eu estivesse andando em um parque temático de Nova York. Não digo que foi uma decepção, mas São Paulo é uma cidade mais “hiperreal”. Os contrastes de São Paulo me causam impacto diariamente. O que a torna muito agradável é que parece que as pessoas parecem cuidar cada um de sua própria vida. E todos andam despreocupados, não posso esquecer de dizer que ontem era feriado aqui, dia do trabalho. Como está muito quente as pessoas se vestem de forma muito despojada e de forma minimalista. As mulheres usam shorts minúsculos e dessa forma estou provando que eu cuido da vida dos outros, mas essa é parte de minha função por aqui.
11 Comentários:
Forbidden Planet ta com nada, boa é a Midtown:
www.midtowncomics.com
200 W. 40th Street pertinho de Times Square
e nao se esqueca: Toy Tokyo!
Estou adorando! Adoro esse humor lourenciano, tão peculiar!
Que maravilha! Diversão garantida por um mês. Lourenço, querido, não nos poupe de nada, please. Beijos. Ivana
Lourenço, que maravilha poder lê-lo diariamente, agora! Meu Deus, como você não fez isso antes? : )
Que tal fazer um post falando um pouco sobre o motivo da sua viagem?
Bjos de fã e quase parente...hehehe
Renata (irmã do Otinho)
Na boa, NY, pelo menos a parte da Ilha, me fazia sentir que estava em Ipanema, com todo mundo de havaianas e genéricos. (rs)
Dica: passa no EAR Inn Bar, o segundo bar mais antigo de NY. Fica aberto até de madruga e a galera que se reúne lá é muito legal.
326 Spring St., New York, NY 10013
nr. Greenwich St.
212-226-9060
Cara, estou adorando tudo isso..mas,
pensei que vc gostasse da solidão..
não te conheço como pensei..rsrsrs
ah...as manchas da sua cabeça, será que não vão transfomá-lo em um " Michael Jackson" ás avessas..kkkkkkkk
seria engraçado,
um abraço, Hermes
Macaco!!!!!!! Meu amor que vontade de estar aí contigo!!!!
Me leva nós vamos rir muito, fazer muita besteira. Rir um do outro como sempre fizemos, traga todos os desenhos feitos em rascunho e me presenteie com eles.
Eu te amo Lô estou aí contigo em coração e alma.
Saúde sem gripes, muito café (eu tenho aqui um tão bom)! e pouco Malboro. Beijos querido meu e da Lu!
LÕ tenha uma noite tranquila sonhe comigo MACACO! KKKKK fico lembrando de nós dois caminhando até sua casa, de nossas conversas, do tarot, de vc. fazendo café para tomarmos. Quanto tinhamos para falar. Que saudade meu lindo, vc. está um coroa sensual. UAU!!!!!!!!
Beijos meu amor!
Eu tenho apenas 2 comentários pra fazer:
1) saudades meu querido amigo...
e do cafezinho tb!!!
2) e eu to P. da vida pq vc não me convidou pra ir pra NYC!!!
a descrição q vc fez do Central Park foi INCREABLE!!!
Meu caro,
para alegrar o dia ouço Mozart - e, os passaros acompanham os movimentos.
Moro na Selva Lacandona - proxima as piramides de Bonampak. Tambem nao saio de casa - e, detesto carro.
um abraço dos altos de Chiapas.
aqui, eu leio el Heraldo de Chiapas. Vou acabar aprendendo espanhol.
Magno Fernandes dos Reis
YO LEO EL HERALDO DE CHIAPAS
TERRITORIO Y CONFLUENCIA
Periódico - El Heraldo de Chiapas
www.ELHERALDO DE CHIAPAS.COM.MX
Magno Fernandes dos Reis - Profesor de periodismo cultural e critica de arte en la Facultad de Periodismo Mariano N. RUIZ en Comitán – Chiapas - México. Teléfono 967 110 20231 -pacal2007@yahoo.com.mx lugares2007@yahoo.com.mx
En anexo texto sobre arte.
Magno Fernandes dos ReisPrezado (a)
A C/Arte Educativa apresenta mais uma interessante proposta de curso. Desta vez abordaremos a História da Arte Moderna e Contemporânea.
Visite nosso site e tenha todas as informações.
Atenciosamente,
Denise Santos
Taller de Experimentación Gráfica
Invita a la inauguración de la exposición
Crónica de un sueño
== ==== 0
Curaduría de Erandi Avalos. Montaje de Noé Tamayo
Sábado 5 de abril 2008, 12:00 horas
Acervo del Taller de Gráfica La Corteza
del Antiguo Colegio Jesuita de Pátzcuaro, Michoacán
y selección por invitación personal
Con obras de Enrique Luft, Jan Hendrix, Francisco Castro Leñero, Francisco Oñate, Alberto Castro Leñero, Agustín Bejarano, Roberto Turnbull, Magali Lara, Ismael Guardado, Eduardo Rubio, Mario Rangel Faz, Ioulia Akhmadeeva, Eduardo Bautista, Mizraím Cárdenas, Alejandro Casales, Alejandro Barretto, Jorge Ortega/Anonymus, Arelí Vargas y Marcela Ramirez, Mina Romero, Derli Romero.
Propuestas neográficas de Luis Ricaurte, Felipe Ehrenberg, Arturo Pizá, René Serrano, Fionn Petch, Rebeca Murrrieta, Aurelio Frias, Anna Soler.
TEG Galería
Cerrada de Dr. Vélez No. 20, esq. Dr. Norma, Col. Doctores, México, D.F.
(cerca metro Lázaro Cárdenas o Metro Obrera)
++(52 55) 5538-2118
www.teg.com.mx
POEMAS DIGITAIS -
08 de abril de 2008 (terça-feira), às 19h30
O MuBE - Museu Brasileiro da Escultura convida para a palestra Poemas Digitais, de Floriano Martins, acompanhada de projeção de imagens de sua obra plástica. A mesa será composta por Jacob Klintowitz (crítico de arte e Curador do MuBE) e Sérgio Lucena (artista plástico).
Floriano Martins (Fortaleza, 1957) é poeta, ensaísta e editor. Estudioso da literatura hispano-americana e do Surrealismo, dirige com Claudio Willer a Agulha - Revista de Cultura (www.revista.agulha.nom.br), publicação de circulação virtual que acaba de ganhar o Prêmio Antônio Bento concedido pela ABCA - Associação Brasileira de Críticos de Arte por sua atuação e divulgação das artes no ano de 2007. Com livros publicados no Brasil e no exterior, Floriano Martins tem organizado uma série de livros de autores portugueses para a Coleção Ponte Velha da Escrituras Editora. Atualmente é o Curador da 8ª Bienal Internacional do Livro do Ceará.
A palestra Poemas digitais discorrerá sobre as relações entre composição e improvisação, mesclando leitura de poemas, projeção de imagens e debate.
Museu Brasileiro da Escultura
Av. Europa 218 - Jd. Europa - São Paulo SP Brasil.
fone: 11-3081-8611
Esses comentários são, na maioria, surreais.
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