Dois Blog
Acho que eu não preciso encabeçar um “Nova York” toda vez que for escrever...
04 de Setembro (o mesmo vale para o ano)
Hoje levantei por volta das cinco horas, mas ou menos o horário que costumo acordar no Brasil, ainda estava escuro e saí para tomar um café. É lendário o fato do café aqui ser ruim, fraco e tudo mais, mas também é lendário o fato de que existe uma Starbucks em cada esquina. Isso é verdade, mas em Manhattam. No Brooklyn o que existe são as chamadas Deli um botequim tipo uma mercearia que vende um café que chega a ser mais fraco do que café solúvel. Eu adoro café, mas hoje tive que comprar café solúvel. Eu gostaria de saber quem escreveu um tal livro que diz que é possível viver com um Dólar por dia em NY. Para se ter uma idéia o tal solúvel num mercado popular custa $6,39¢ cem gramas. Diz que faz 60! Xícaras! Mas eu tive que usar três colheres de sopa do produto que tem cor de paçoca. Não há Starbucks no Brooklyn. Voltando ao dólar day, eu sou um cara que precisa de rotina por isso comecei a desenvolver a minha nova rotina mensal. Passei numa deli peguei um arremedo de café, o famoso matutino “Daily News”e uma garrafinha de água = $ 4,00 ( se nao me engano ou se não me enganaram). Ontem só comprei o jornal aqui no meu subúrbio e por isso resolvi pegar o “El Diário”que trazia a curiosa chamada em destaque “Mortos Vivos”. A matéria trata sobre os imigrantes sem teto que ocupam um cemitério em New Jersey. O Brooklyn eu ousaria dizer na minha péssima matemática se divide sociológicamente da seguinte forma, levando em conta um dia de observação: 80% de negros, 80% de latinos, 80% de esquilos e 1,2% de artistas e descolados novaiorquinos. Sim, há esquilos. Quase uma epidemia deles. Sim, aqueles animaizinhos fofos com rabos peludos que imitam o Tico & Teco. Infelizmente, só hoje eu comprei uma câmera fotográfica e a bateria deve permanecer na tomada por doze horas. Mas voltando a rotina, peguei meu jornal, eu não leio jornal não gosto de ficção, mas para essa rotina o jornal pode ser um bom acessório, muito bem, “Daily News”. A matéria de destaque fala sobre um teste matemático para o choque, analistas apontam questões cruciais sobre dificuldades do estado. Ou, algo que o valha. Sentei em um banco na praça que fica defronte meu apartamento, com meu arremedo de café, o jornal, a água e um maço de Marlboro que está por apenas $6, 45. E passei alguns agradáveis momentos tentando entender o jornal, engolir o café e conversar com os bichanos-esquilos. Como só havia eu, além de outros dois sem teto, até eu comecei a me achar suspeito. Comecei a imaginar que estava em um filme e era um psicopata. Quando o camburão da NYPD passou pela segunda vez eu fui para Manhattam.


Como estou sem máquina, resolvi roubar uma imagem de esquilo na internet. Espero ter postado a imagem certa.